sábado, 28 de julho de 2012

Poema Viagem


Viajantes somos desta longa estrada,
A vagar meio cegos e inconscientes,
Esquecemos, a muito, o local da partida,
Assim como, até, o ponto da chegada.

Só temos a ilusão de que a viagem é real,
Empoeirados estamos desta longa estrada,
A roupa agora já em andrajos, os pés feridos,
A alma em chagas, quem nos guia é o espírito.

Esquecidos, por certo, de missão e destino,
Distraídos pelas belas paisagens do entorno,
Desperdiçando o tempo, como se meninos,
Despreocupados, mas sentindo um vazio.

Relembrar, ainda que por instantes, as estrelas,
Procurar, através delas, perceber o sul e o norte,
Desapegar-se do aqui e do agora e concentrar-se,
Que o que importa é a viagem, mais que a sorte.


Márcio Filgueiras de Amorim