terça-feira, 12 de abril de 2011

Os principais frutos do cerrado brasileiro e seus benefícios à saúde


Quem já ouviu falar de pequi, mangaba, araticum, buriti ou curriola?

Estes nomes são designados às frutas nativas do cerrado brasileiro e quase desconhecidas pela maioria da população.

No entanto, tendem a fazer parte da rotina alimentar de consumidores que optam por uma alimentação saudável e com benefícios à saúde.


As fruteiras nativas ocupam lugar de destaque no ecossistema do cerrado e seus frutos já são comercializados em feiras da região e com grande aceitação popular.

Esses frutos apresentam sabores sui generis e elevados teores de açúcares, proteínas, vitaminas e sais minerais, podendo ser consumidos in natura ou na forma de sucos, licores, sorvetes, geleias, etc.

Hoje, existem mais de 58 espécies de frutas nativas do cerrado conhecidas e utilizadas pela população.


Detentoras de sabores e características exóticas, as frutas do cerrado vêm ultrapassando as fronteiras da fama local e ganhando consumidores pelo Brasil afora.

Atualmente, é possível encontrar produtos à base de tais frutos em aeroportos e comércio de grande parte do país.


Dentre as frutas conhecidas e estudadas, vale destacar o pequi, um fruto muito consumido e famoso na região como o ouro do cerrado. Além do sabor peculiar, tal fruto contém uma excelente quantidade de antioxidantes, as célebres substâncias que combatem os radicais livres.


Pequi: 'ouro' do cerrado rico em vitamina C


Uma das que mais aparecem no pequi é a vitamina C, mas o licopeno, composto que protege a próstata e o coração, não fica tão atrás. O pequi sempre fez parte da culinária e cozinhar no arroz ou no feijão são as maneiras mais tradicionais de preparo. Várias empresas já se especializaram em extrair o óleo, fazer doces, licores, xaropes e sabonetes com a planta.


Também vale destacar que trabalhos desenvolvidos no nosso laboratório com o baru, uma castanha muito consumida na região do cerrado mostraram uma quantidade de vitaminas e minerais significativas, com destaque para ferro, cobre, zinco, fósforo e magnésio, essenciais para o bom funcionamento e para as defesas do organismo.


Baru: suas nozes reduzem o coleterol "ruim" LDL

Esses estudos comprovam que as nozes do baru são indicadas na prevenção de doenças cardíacas e na redução do colesterol “ruim” LDL, por serem ricas em lipídios poli-insaturados, semelhantes ao azeite de oliva. Também apresenta relevantes fontes de sais minerais, fibras, vitaminas e óleos monoinsaturados benéficos à saúde, principalmente ao sistema cardiovascular.

Podemos ainda ressaltar outros frutos da região do cerrado tais como o buriti fonte de carotenoides, a cagaita e gabiroba pelo seu elevado teor de vitamina C, o araticum riquíssimo em antioxidantes e a mangaba pelo teor elevado de açúcares, entre outros.


O consumo das riquezas frutíferas nativas do cerrado foi de suma importância para a sobrevivência dos primeiros desbravadores e colonizadores da região.

Através da adaptação e do desenvolvimento de técnicas de beneficiamento dessas frutas, o homem elaborou verdadeiros tesouros culinários regionais, tais como licores, doces, geleias, mingaus, bolos, sucos, sorvetes e aperitivos. Possibilitando assim, que o país inteiro utilize as riquezas disponíveis nessa região.


Por muito pouco, porém, a riqueza de todas essas espécies não se perde antes mesmo de extrapolar os limites do cerrado.

Afinal, esse é o bioma brasileiro que mais tem sofrido com a ação destruidora do homem, de forma que estimativas otimistas dão conta de que hoje só 20% de sua área original estejam preservadas.

Isso quer dizer que dezenas de espécies frutíferas podem ter sido aniquiladas, sem que seja tomado conhecimento de seu gosto e de suas propriedades.


A dica, portanto, é desfrutar das riquezas que o nosso país apresenta e valorizar os frutos do cerrado!


Jocelem Salgado

Fonte:
via estelar