segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Os Benefícios da Compaixão



Nos  últimos  anos,  houve  muitos  estudos  que  corroboram  a idéia de que o desenvolvimento da compaixão e do altruísmo tem  um  impacto positivo  sobre  nossa  saúde  física e emocional.  Num  experimento  bem  conhecido,  por  exemplo, David  McClelland,  um  psicólogo da  Harvard University, mostrou a  um  grupo de alunos  um  filme de  Madre  Teresa trabalhando entre  os  pobres  e  os  doentes  de  Calcutá.  Os estudantes  relataram  que  o  filme  estimulou  sentimentos  e descobriu  um  aumento na  imunoglobulina-A,  um  anticorpo que pode ajudar a combater infecções respiratórias. 

Em outro estudo  realizado por  James  House no  Research  Center  da University  of  Michigan,  os  pesquisadores demonstraram  que  a  dedicação regular  ao  trabalho  voluntário,  em  interação  com  os  outros, com calor humano e compaixão, aumentava tremendamente a expectativa de  vida,  e,  provavelmente  também,  a  vitalidade geral.  Muitos  outros  pesquisadores  no novo  campo  da medicina  da  mente-corpo demonstraram  conclusões semelhantes,  que documentavam  que  estados  mentais positivos podem beneficiar a saúde física. 

Além  dos  efeitos  benéficos  sobre nossa  saúde  física,  há provas  de que a compaixão e o  comportamento  interessado contribuem  para a boa  saúde  emocional. Estudos  revelavam que estender  a  mão  para ajudar  os  outros  pode  induzir  um sentimento de  felicidade,  uma  tranquilidade  metal  e  menos depressão.  Num  estudo de trinta anos com  um  grupo de diplomados  de  Harvard,  o pesquisador  George  Vaillant concluiu,  com  afeito,  que adotar  um  estilo de  vida altruísta  é um  componente  crítico para  a  boa  saúde  metal.  

Outra pesquisa,  realizada por  Alan Luks  entre  alguns  milhares  de pessoas que estavam envolvidas regularmente em atividades voluntárias  de auxílio a  terceiros,  revelou que mais  de 90% desses voluntários relatavam um tipo de “bem-estar” associado à atividade, caracterizado por uma sensação de calor  humano, mais energia e uma espécie de euforia. Elas também tinham uma  nítida  sensação de  tranquilidade  e  de maior maior autovalorização  em  seguida  à  atividade.  Não era  só que esses comportamentos  de  dedicação proporcionassem  uma interação benéfica em  termos  emocionais;  concluiu-se também  que  essa  “tranquilidade dos  que  ajudam”  estava associada ao  alívio de  uma  variedade de  transtornos  físicos relacionados ao estresse.

Dalai Lama
Livro A Arte da Felicidade