quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Voce é feliz? Como voce reage diante das oportunidades?


"As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.

Elas apenas sabem 
fazer o melhor
das oportunidades 
que aparecem
em seus caminhos."

Clarice Lispector

Como aumentar sua autoestima?


Existe uma resposta pronta para definir autoestima? Sempre me pergunto se autoestima é estar se sentindo bonita, se é ter tudo que sonhamos, se é apenas um estado de espírito leve ou se é a soma de tudo isso? O que fazer para ter uma autoestima equilibrada e duradoura?

Resposta: autoestima é tudo que você descreveu e um pouquinho mais! autoestima é ter consciência de seu valor pessoal, acreditar, respeitar e confiar em si. É ter a certeza de ser merecedor, digno de ser feliz e ser amado, principalmente, por si mesmo. A autoestima juntamente com o amor próprio é a base para o ser humano.

Características da baixa autoestima: insegurança, sensação de inadequação, incertezas e dúvidas constantes, necessidade de aprovação elevada de terceiros, decorrentes, em geral de processos de perda, abandono, rejeição e críticas.

Manter nossa autoestima é uma tarefa para toda vida. Muitas situações externas e/ou sentimentos internos podem fazer com que ela oscile.

Não há receita para manter a autoestima em equilíbrio, o que é necessário é autoconhecimento, esse sim faz toda a diferença. 

Eleve sua autoestima!

Seja positivo(a)!

Evite todo e qualquer pensamento negativo, cada vez que identificar um pensamento negativo substitua imediatamente por um positivo. Somente uma postura positiva e otimista é capaz de trazer bem-estar físico e mental.

Acolha, entenda e trabalhe suas Sombras, pois elas ofuscam a sua Luz!

Reconheça seu lado Sombra: ruim e negativo, e faça uma análise do que deseja mudar em você e na sua vida e procure melhorar. Comece mudando sua maneira de se tratar, sendo mais amorosa com você, como seria com alguém que ama.

Evite as comparações, pois somos Seres Únicos, cada um é um. Ficar se comparando com quem quer que seja não o fará se sentir melhor, pois as pessoas são diferentes, possuem necessidades, desejos e históricos de vidas diferentes.

Reconheça seu valor! Perceba que seu valor enquanto pessoa não pode e nem deve ser baseado na maneira como foi tratada, ainda que isso tenha durado toda sua vida. Não permita mais ser desrespeitado(a) ou maltratado(a)a, seja por quem for.

Não espere que os outros mudem para ser mais feliz. A mais importante mudança é aquela que acontece dentro de você!

Enfrente o medo! É importante lidar e enfrentar o medo que as pessoas ou situações provocam e compreender que a percepção de si mesmo(a) está baseada na consequência de fatos que já passaram. Você não pode mudar seu passado, mas pode mudar seu presente, e, assim mudará o futuro!

Evite relacionamentos negativos e/ou pessoas críticas! Receber críticas negativas é pior do que não receber qualquer atenção. Se você convive com alguém que sempre te faz se sentir sem valor algum, afaste-se dessa pessoa.

Identifique suas necessidades!

O que você espera receber dos outros pode ser aquilo que não recebeu quando criança de seus pais. Não espere receber dos outros o que só você mesmo pode se dar. Seja responsável por suas próprias necessidades.

Aprenda com os erros! E com a experiência passada, mas não fique se punindo por ter errado, nem lamentando e muito menos se acomode nas situações. Mude o que deseja!

Valorize sempre suas conquistas e celebre cada uma delas! Pare de supervalorizar o que o outro tem ou faz e desvalorizar as próprias conquistas.

Invista em você! Faça uma lista de coisas boas que pode fazer por você! E faça todo dia uma delas. Pode ser coisas simples como dançar, ler, descansar, ouvir música, caminhar, meditar...

Mantenha contato com a natureza tanto quanto possível: ande descalça na terra ou na areia para repor as energias.

Escreva um diário e desabafe tudo nas páginas em branco. Isso ajuda a organizar a mente.

Aprenda a aceitar elogios! E também se faça muitos!

Busque seus sonhos! Pense onde os deixou e vá em busca deles. A cada vitória a sua autoconfiança cresce e se fortalece.

Respeite seus limites: aprenda a dizer não sem culpas!

Não queira mudar as pessoas, mas você pode mudar sua reação diante do que te fazem: As situações não são nada, nossa atitude diante delas é tudo.

Seja flexível! A rigidez é boa na pedra, não no homem, a ele cabe firmeza, o que é muito diferente.

Respeite sempre seus sentimentos: seja coerente entre o que pensa, sente e age.

Se não está contente com seu corpo, mude alguns hábitos, pois se fizer tudo como sempre fez obterá os mesmos resultados.

Identifique suas qualidades e não só os defeitos. Pare de se criticar!

Não se culpe: não julgue situações passadas com valores do presente. Perdoe-se!

Ouça a intuição, pois aumenta a autoconfiança.

Mantenha o diálogo interno, ou seja, converse muito consigo mesma.

Acredite que merece ser amado(a) e que é uma pessoa especial.

Ame-se muito!

Faça terapia. O autoconhecimento obtido através desse processo poderá fazer com que reconheça seus reais valores e liberte-se do complexo de inferioridade que o(a) acorrenta e aprisiona.

E acredite acima de tudo em você, isso faz toda a diferença!

Comece tudo isso agora, hoje!

Boa caminhada!

Voce soltaria as mãos? Voce tem certeza?


Audio com Reverendo Aldo Quintão

Na ternura de Deus

Voce soltaria as mãos?

Clique aqui para ouvir:


Sensacional !!!

Fonte:
Catedral Anglicana de São Paulo

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Será que voce já correu riscos?


Rir é correr risco de parecer tolo.
Chorar é correr o risco de parecer sentimental.
Estender a mão é correr o risco de se envolver.
Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu.
Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas.
Amar é correr o risco de não ser correspondido.
Viver é correr o risco de morrer.
Confiar é correr o risco de se decepcionar.
Tentar é correr o risco de fracassar.
Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada.
Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada.
Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.
Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.

Somente a pessoa que corre riscos é livre!

Sêneca

Hagia Sophia: A Sabedoria Sagrada


"...Há milênios fui pelo Senhor criada, no começo de tudo, como Seu primeiro ato criador, antes mesmo da Terra, quando não existia o abismo profundo, nem fontes de água, montanhas, colinas ou campos. Quando Ele estabeleceu os céus Eu estava lá, também quando traçou um círculo na superfície do abismo e firmou a abóbada celeste, quando delimitou as margens dos mares e a fundação da Terra. Eu estava sempre ao seu lado como uma Mestra criadora e parceira, sendo o seu deleite e me alegrando ao lado dele no mundo habitado..." (Livro dos provérbios, 8:22-31)

Inúmeros textos (“livros da sabedoria”) da bíblia hebraica descrevem Hokhmah, a Sabedoria feminina, de forma complexa e desafiadora, dando origem a inúmeras interpretações e contradizendo o conhecido monoteísmo judaico. Ela – assim como Yahweh - era invisível e transcendente, sua origem retrocedendo ao “inicio dos tempos antes da Terra existir”. Mas também era imanente, pois além de consorte de Deus e construtora do universo, ela fazia parte da criação e caminhava no meio da humanidade. A controvérsia gira em torno da sua aparição, vista ora como primeiro ato de criação de Deus, ora como entidade pré-existente, herdeira de Zoé, arquétipo da própria existência. Filósofos modernos argumentam que a Sabedoria representa a ordem oculta do mundo, sendo uma lei cósmica, um pré-requisito da criação e portanto percebida e reconhecida por Deus, mas sem ser por ele criada.Como princípio espiritual e força transcendental, Hokhmah é a mediadora entre Deus e o mundo e proporciona à humanidade a sua redenção. O seu surgimento (do abismo profundo, sinônimo do ventre primordial, de uma Deusa mãe) confirma a sua origem e natureza feminina e co-participante no processo de criação. A natureza de Hokhmah é a própria Lei da Vida, mescla de amor e conhecimento que traz à humanidade tanto a alegria, quanto o sofrimento. Ela é o espírito invisível que guia a vida dos humanos e os convida através das mulheres a participarem da sua hospitalidade e buscarem seus conselhos, como é descrito nestes versos:

A sabedoria construiu Sua casa sobre sete pilares, preparou uma farta mesa e enviou Suas mulheres para convidar aqueles que queriam ter a visão para compartilhar do seu pão e do seu vinho (Provérbios 9:1-6).

....saibam que não dedico meus esforços apenas para mim, mas para todos aqueles que buscam sabedoria. Meus pensamentos são mais amplos que o mar e meus conselhos mais profundos que o grande vazio... (Livro de Ben Sirach 24:3-6)

Os livros mais antigos da bíblia que falam sobre a sabedoria baseados em compilações de textos arcaicos de Suméria, Babilônia e Egito, preservam as qualidades de sabedoria de deusas como Nammu, Inanna, Cibele, Isis, as Rainhas do céu e da Terra que antecederam por dois milênios a cultura hebraica e grega. Muitas destas imagens e atributos constituíram a base dos textos do Velho Testamento, em que a sabedoria aparece como uma árvore com fruto, um manto que envolve e protege, uma figura velada e misteriosa, um símbolo mítico da divindade feminina.

A sua mudança da representação metafórica da sabedoria no judaísmo, personalizada nos textos posteriores (hebraicos, gnósticos, cabalísticos e helenísticos) para Espírito Santo e Logos foi embasada em distorções de palavras e gêneros na língua hebraica e grega. DeHokhmah - palavra feminina em hebraico- chegou-se ao termo grego neutro Hagion Pneuma e ao masculino Logos, depois ao conceito latino e masculino do Spiritus Sanctus, apesar da sua imagem ser a pomba, totem da Deusa Mãe. A transição da sabedoria como atributo da Mãe Deusa até sua transformação no Espírito Santo dos evangelhos gnósticos e cristãos aparece nos Livros dos provérbios (400 a.C), Ben Sirach (200 a.C.), O canto de Salomão, o Livro de Enoch (100 a.C.). No livro de Ben Sirach “a sabedoria é criada da boca do Altíssimo, que fez sozinho a abóbada celeste, os mares e a terra, e que lhe determinou morar somente em Israel” privando assim o resto da humanidade da qualidade universal da sabedoria. A real fonte da compreensão intelectual, do esforço e da realização foi transformada no Torah, que à sua vez passou a ser declarado o receptáculo da própria sabedoria identificada pelo Logos, a palavra. A jornada da sabedoria da Terra para o céu foi descrita desta forma:

A sabedoria tentou fazer sua morada no meio dos filhos dos homens, mas não encontrou lugar para ficar e retornou à sua origem, entre os anjos (Livro de Enoch, 42:1).

Como punição pela perda, os pecadores seriam punidos, as pessoas comuns não mais podiam reverenciar as leis da natureza, que iriam ser interpretadas por mestres, padres e homens de lei, os únicos autorizados para compreender os escritos sagrados. O Torah foi visto como escrito pelo próprio Deus e a natureza feminina e universal da sabedoria foi abolida, considerada um compromisso com a lei de punição e recompensa.

O verdadeiro significado da sabedoria não se perdeu mas ressurgiu de outra forma, comoSophia, no Livro de Sabedoria de Salomão, escrito em grego no primeiro século a.C. em Alexandria, por autores judeus não tradicionais com orientação helenística e com comentários de mulheres de um grupo místico chamado Therapeutae. Nele a descrição de Sophia (“a qualidade elevada da alma”) é muito semelhante a Hokhmah bíblica, mas com poderes expandidos, como podemos ver nos versos a seguir:

Ele deu-me o conhecimento de tudo que existe, para compreender a ordem do mundo e a ação dos elementos, o início, meio e final do tempo, a mudança das estações, os ciclos dos anos e a posição das estrelas, a natureza dos animais, as espécies das plantas, as virtudes das raízes, as forças dos espíritos e o raciocínio dos homens (Livro de Sabedoria do Salomão, 7:17-20). 

Sophia se revela uma divindade feminina, atributo de sabedoria da natureza acessível às mulheres, que ficou degradada ao se tornar possessão humana e apenas um veiculo para a grandeza masculina e por isso aos poucos desaparecendo. Interpretações posteriores consideram a Sabedoria o Espírito Divino, um atributo radiante e reflexo luminoso de Deus ou o próprio espírito criador, a centelha divina presente nos humanos e em toda a natureza. 

Ela pode ser vista como criadora por ter feito o mundo e conhecer suas leis, que compartilha com os seres humanos. A atividade mental, a capacidade criativa portanto pertencem também às mulheres, permitindo-lhes assim confiar no seu intelecto e raciocínio lógico. 

Deus é considerado a fonte do conhecimento, mas cuja origem é a própria sabedoria, contida nas leis naturais e não confinada em um livro bíblico.

A sabedoria é definida como: inteligente, sagrada, única, diversa na manifestação, sutil, móvel, clara, pura, singela, bondosa, invulnerável, beneficente, irresistível, perspicaz, humana, firme, segura, livre da ansiedade, poderosa, vê tudo e permeia os espíritos inteligentes, puros e bondosos. 

Porém, depois dos capítulos iniciais do livro em que se enumeram as vinte e uma qualidades de Sophia, ela passa a ser vista como uma mulher com que os homens desejam se casar e considerá-la uma maneira para aumentar seu próprio poder.

A sabedoria tornou-se assim um objeto a ser possuído pelos sábios, garantindo-lhe poder e vitória sobre os inimigos, sucesso nos negócios e felicidade doméstica, perdendo seus aspectos universais e sagrados. Especula-se que os capítulos foram escritos por pessoas em épocas diferentes, mas o mistério não foi resolvido.

Reflexos da Hockhma hebraica são encontrados nos hinos órficos, 80 poemas que honravam várias divindades gregas, atribuídos a Orfeu e usados em rituais entre 300 a.C. e 500 d.C. Independentemente dos seus nomes, as deusas honradas eram manifestações da Grande Mãe, o principio divino feminino universal, existente e manifestado nas leis da natureza, conhecido como Hockhma ou Sofia, a Sabedoria, com os mesmos atributos e qualidades citados nos livros hebraicos. Todavia, a mudança histórica do sagrado feminino para o monoteísmo patriarcal levou aos poucos ao esquecimento e diminuição de status das deusas do Oriente próximo e da Grécia, antes cultuadas e honradas. Expandindo a noção da divindade acima da compreensão humana a sabedoria perdeu seu aspecto telúrico, a mulher foi dissociada da imagem da Deusa e passou a ser menosprezada como manifestação do pecado e do mal. Espírito e natureza tornaram-se polaridades opostas e simbolizadas pela Sophia celeste e a Eva terrestre.

Com o advento do cristianismo o arquétipo feminino foi totalmente eliminado da ligação com o divino, a matéria decretada inferior ao espírito, o atributo de sabedoria associado com Jesus e depois transformado na terceira figura da trindade masculina, o Espírito Santo.

A conexão entre Sophia, a Mãe Divina e seu filho Cristo é perdida, Jesus nasce como filho de Deus Pai e de Maria (simples mortal) e assume as qualidades de Sophia, a sabedoria passando a ser atributo masculino. 

Hockhma hebraica ou Sophia gnóstica são totalmente negadas como aspectos divinos femininos e jamais é feita alguma menção à sua existência prévia nas escrituras cristãs. A sabedoria é personificada por Jesus como o mediador entre o plano divino e material e cuja missão era salvar as almas e não mais orientá-las para se tornarem “moradas da sabedoria”. Jesus, apesar da sua associação pelo apóstolo posterior pelo apóstolo Paulo com os atributos e títulos da sabedoria, nunca afirmou ser ele a Sabedoria divina. O enfoque passou a ser a salvação, conseguida ao pertencer ao cristianismo, que privou assim a alma da união mística do criador com a criação, separando os processos físicos, mentais e espirituais e levando ao distanciamento da natureza e à inferiorização da mulher.

As seitas gnósticas que preservaram a associação mítica entre a Deusa e a imagem de Sophia como personificação da sabedoria divina feminina, foram proibidas no ano 326 pelo imperador Constantino. Sophia ou Sapientia (que emerge do mar e de cujos seios jorram o vinho vermelho e branco da iluminação pela união das polaridades) reaparece apenas na Idade Média nas obras de vários filósofos, ordens iniciáticas (Templários, Cátaros, Graal) alquimistas e trovadores.

A natureza lunar de Sapientia é representada nas suas duas faces, uma clara, outra escura e que está presente nas figuras das duas Marias, a Mãe (doadora da luz) e a consorte (Madalena que detém o conhecimento da sabedoria oculta). 

A igreja ortodoxa preservou por um bom tempo o titulo grego de Sophia como sendo a sabedoria divina (Hagia Sophia) dedicando-lhe inúmeras igrejas, inclusive a basílica bizantina. Santa Sofia foi uma adaptação da Grande Mãe gnóstica simbolizada pela pomba de Afrodite e depois transformada no Espírito Santo.

Por ser a natureza desvalorizada na comparação com a salvação e as mulheres sendo a ela associados, surgiu a doutrina do controle e autoridade masculina, a dominação do mundo material e exploração das mulheres. Esta teoria foi reforçada pela culpa atribuída à mulher pelo pecado original e a origem dos males no mundo. A demonização das mulheres e da natureza enfatizou a supremacia masculina, divina e humana, premissa que incentivou as horrendas e cruéis perseguições da Inquisição na Idade Média.

O que importa para nós mulheres é lembrar que Hagia Sophia é uma energia divina feminina, mediadora entre o céu e a Terra, que detém e compartilha o conhecimento universal do Logos e da sabedoria ancestral. Ela existe em todas nós mulheres e agora chegou a hora de prestar atenção à sua voz e agir de acordo com as leis da natureza, onde é sua morada, buscando inspiração, conhecimento intelectual e sintonia espiritual. Quanto mais conscientes agirmos na nossa vida, mais poderoso e recompensador será o conhecimento que encontraremos, fruto da árvore da sabedoria e verdade. Conscientes do nosso poder e da habilidade de criar, poderemos assumir nossa condição inata de Filhas da Sophia, sacerdotisas da dança sagrada da vida e da Terra, artesãs dos nossos sonhos e realizações, reconhecendo e honrando a unidade e a interdependência da luz e escuridão, silêncio e palavra, razão e intuição, Espírito e matéria.

Mirella Faur

Fonte:

Entrevista com Miguel Nicolelis

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Borboletas... Por Mario Quintana


Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.

As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.

O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Mário Quintana

Quem roubou sua caixa de lápis de cor?


A nossa caixa de lápis de cor

Tenho uma amiga que quando percebe que eu estou triste costuma me perguntar quem roubou a minha caixa de lápis de cor. Tem vez que nem pergunta, apenas comenta: "poxa, dessa vez levaram as cores que você mais gosta!" A tristeza afrouxa um pouco, por mais que eu esteja chateada. Primeiro, porque é muito bom a gente se sentir olhado com carinho. Depois, porque essa expressão tem uma inocência capaz de fazer gente grande tocar em coisas sérias sem ficar com medo de queimar a mão.

De vez em quando, ao ouvir a pergunta, acontece de uma lágrima ou outra escapulir, afeitos que alguns sentimento são a desaguar no rosto quando o coração fica apertado. Mas, algumas vezes, quando eu choro diante dessa indagação não é pelas cores que não encontro na caixa nem por lembrar de quem supostamente as roubou. Choro por perceber que ainda dou aos outros o poder de roubá-las. Por notar que, no fim das contas, quem rouba os meus lápis de cor preferidos sou eu.

Por Ana Jácomo

domingo, 27 de novembro de 2011

O que é e quando se inicia o Advento? (Antroposofia)


Advento: se inicia no quarto domingo antes do Natal


"No princípio era o verbo e o verbo era Deus e o verbo estava com Deus". (JO 1:1)

"E o verbo se fez carne e habitou entre nós". (JO 1:14)


Vivendo o Advento: Um olhar Antroposófico

Advento é uma palavra latina que significa aproximar-se, vir chegando aos poucos.

O Advento é uma comemoração cristã que tem seu início no quarto domingo antes do Natal.

É um tempo de preparação e alegria, de expectativa, tempo de promover a fraternidade e a paz.

Tempo de espera para o que há de vir.

“O verbo se fez carne e habitou entre nós”.

A coroa do Advento é um sinal importante deste tempo, o redondo cria harmonia, une, agrega.

Faz-nos lembrar que vivemos em um mundo circular, onde os processos são cíclicos e se repetem ano após ano.

Assim temos a oportunidade de transformação a cada ciclo.

Numa coroa de cipreste são colocadas quatro velas que serão acesas a cada domingo que antecede o Natal.

Nestes momentos os adultos podem contar histórias para as crianças e aproveitar para montar o presépio.

Na primeira semana acendem-se a vela azul.

Pedras, terra e areia são colocadas no presépio, representando o mundo mineral e sua ligação com o mundo físico (elemento terra).

Na segunda semana acendem-se a vela azul e a vela verde.

São colocadas plantas, troncos, musgos e água para o presépio, representando o mundo vegetal e sua ligação com o mundo etérico (elemento água).

Na terceira semana acendem-se as velas azul, vela verde e a vela amarela.

Colocam-se os animais representando o mundo animal e sua ligação com o mundo anímico (elemento ar).

Na quarta e última semana acendem-se as velas azul, vela verde, vela amarela e vela vermelha.

A luz se torna mais intensa, com a proximidade do nascimento de Jesus, é o Natal, a festa da luz! Então são colocados Maria, José e os pastores, simbolizando as figuras humanas e no dia de Natal, o menino Jesus é colocado na manjedoura. Tudo isso representa o Reino Humano e sua ligação com o mundo espiritual (elemento fogo).

A colocação de todos esses elementos requer uma atitude de veneração por parte do adulto que acompanha as crianças na montagem do Presépio.

Essa atitude será percebida pelas crianças e trará calor e alegria a seus pequeninos corações.

Por Silberto Azevedo

Fonte:
lemnis farmacia

Advento: Na espera do Homem Novo (Antroposofia)


O curso do ano cristão inicia-se com o primeiro Domingo de Advento. O Advento desperta em nossa alma as forças da esperança, da expectativa, da abertura para o futuro. O ano velho passou e novos germes querem brotar. O velho deixou para trás toda a sorte de coisas endurecidas, lenhosas, calejadas. Sofremos com as unilateralidades e mesquinhezas da nossa natureza. Agora podemos, enfim, deixar para trás o passado e ter esperanças pelo rejuvenescimento do nosso ser. 

O advento, como que nos envolver no manto azul da benevolência divina, da bondade divina. Ainda outra vez tudo será bom. O homem pode ter esperanças por uma fonte de juventude de onde lhe advirá refrigério para todo seu ser. Advento nos faz crer no que está germinando, vindo a ser. Nossa esperança é pelo homem novo.

Como uma mãe gestante traz em si o germe do homem, como ela está na espera, na “boa esperança”, assim a humanidade vive hoje na espera do homem superior. Nunca antes o nascimento desse homem foi tão urgentemente necessário como hoje. Todas as nossas condições e circunstâncias estão se aguçando no sentido desse nascimento.

Elas estão se aguçando no sentido do aparecimento do “Filho do homem”. Do homem antigo e egoísta deve surgir o homem superior, abnegado. Aonde levam as ações, ou melhor, as más ações do “si mesmo” inferior, atualmente está se mostrando com nitidez nunca vista. Onde impera o puro desejo de poder, de usufruir e possuir, espalhar-se a destruição e a derrocada. 

Em toda parte, hoje, se fala de proteção ao meio ambiente. Contra o quê temos que proteger o meio ambiente? Contra o quê temos que proteger nossos concidadãos e as outras criaturas? A resposta é contundente: contra nós mesmos. O meu ambiente tem que ser protegido contra aquele que eu infelizmente ainda sou. Como poderá ser solucionada essa questão vital da humanidade? Certamente pelo único meio, que é a superação do homem inferior, sua substituição pelo superior. 

A questão mais importante da humanidade hoje é uma questão de advento. Ela diz: como pode surgir o ser superior, espiritual do homem? Como pode alcançar domínio sobre o homem natural? Em todos os âmbitos da existência hoje, urge o aparecimento (a parusia) do homem-espírito. 

As atuais tribulações e pressões querem incentivar seu nascimento, querem como que pressionar o homem inferior a parir o superior. As tribulações são as dores de parto em que se acha a humanidade, as dores que antecedem o aparecimento mais forte e mais claro do Cristo. É ele que quer vir com força e luz (Dynamis e Doxa). E se não o deixarmos estar presente nos nossos assuntos humanos, não haverá soluções verdadeiras. 

O ponto de partida não está em algum lugar, mas somente a paulatina formação do homem novo, do verdadeiro Homem, trará ajuda. Por isso o ponto de partida do nosso culto principal, que leva a denominação de Ato de Consagração do Homem, é o certo. Somente uma desmontagem paulatina do egoísmo em nossa natureza, somente o raiar do amor ao homem e a Deus dentro de nós como sendo nosso verdadeiro ser, suscitará a necessária mudança.

Como uma mãe gestante pode sentir feliz e venturosa em vista de ser que está para vir, assim também o Advento nos envolve em um manto de esperança e confiança. Mas tal como as dores antecedem o nascimento de uma criança, assim também o renascimento do homem está ligado a dores. De modo que no sentimento de advento, a esperança alegre pela renovação mistura-se ao sofrer as tribulações que antecedem o nascimento do ser crístico em nossa alma. Não deveríamos aceitar a tribulação, uma vez que assim se configura o que há de grande em nosso ser e essa grandeza só pode fazer morada em nós porque nossa natureza antiga e endurecida se torna mais solta e quebra? Nossas dores apenas são a expressão do sol de Cristo que está nascendo.

Podemos nos apoiar em duas palavras do Novo Testamento. Primeiro, a palavra de Cristo, quando diz: “quando a mulher dá a luz, tem que sofrer dores, porque sua hora chegou; mas depois a criança nasce, ela não se lembra mais da tribulação, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo” (Jô. 16, 21). Depois, a palavra de Paulo: “pois eu tenho para mim que os sofrimentos do tempo presente nada significam em comparação com a glória vindoura que em nós será revelada” (ROM. 8, 18)

Willi Nuesch

Os 4 Anjos do Advento / Lenda Russa


Há muito tempo atrás os homens viviam no mundo, mas não sabiam construir casas, nem plantar e cuidar da terra. Viviam em cavernas onde era escuro, não tinham luz.

Deus, então chamou os Anjos para que troxessem luz aos quatro cantos do mundo e avisassem os homens que o Filho de Deus viria.

O primeiro Anjo tinha asas azuis. Foi iluminar as cavernas e as grutas com um raio de luz que o sol lhe deu. Foi esse raio de luz de sol que ajudou os anões a fazerem pedras coloridas. Esse anjo trouxe a chuva e ela lavou as pedras, encheu os lagos, fez os rios correrem mais depressa.

O segundo Anjo tinha asas verdes. Saiu do céu bem cedinho, mas como voava devagar, chegou na terra ao entardecer. O raio de luz que esse Anjo trouxe deu cor e perfume às plantas. Ele também ensinou os homens a plantar e a deixar a terra bem fofinha para receber a semente.

O terceiro Anjo tinha as asas amarelas. Ele foi até perto do sol e o sol lhe deu um raio de sua luz para que ele trouxesse até a terra. Quando ele estava chegando, os animais viram aquela luz e ficaram admirados. O Anjo então explicou que iria nascer uma criança muito especial e que todos deveriam se preparar para recebê-La. Os pássaros fizeram músicas muito bonitas, as borboletas coloriram suas asas, os animais de pelo falaram uns com os outros sobre o acontecimento e o vento espalhou a notícia por todos os cantos.

O quarto Anjo tinha asas vermelhas. Ele queria tanto ajudar os homens que foi logo falar com Deus , não esperou ser chamado. Deus tirou uma luz do seu trono e disse ao Anjo vermelho que colocasse essa luz no coração de cada homem, de cada mulher, de cada criança. Porque já estava bem perto o dia do nascimento de Jesus.

É por isso que até hoje acendemos 4 velas na coroa de Advento, para lembrar os quatro anjos que nos avisaram da chegada do filho de Deus.

Fonte:
acalanto jardim infancia
antroposofia

Se eu falar a língua dos homens e dos anjos...


Se eu falar a língua dos homens e dos anjos,
mas não tiver o amor,
sou como bronze que soa
ou tímpano que retine.

E se possuir
o som da profecia
e conhecer todos os mistérios
e toda a ciência
e alcançar tanta fé
que chegue a transpor montanhas,
mas não tiver o amor,
nada sou.

E se
repartir toda a minha fortuna
e entregar meu corpo ao fogo
mas não tiver o amor,
nada disso me vale.

O amor é paciente e benígno;
não é invejoso,
o amor não é orgulhoso,
não se ensoberbesse;
não é descortês,
não se irrita,
não guarda rancor;
não se alegra com a injustiça,
mas se compráz com a verdade;
tudo desculpa,
tudo crê,
tudo espera,
tudo tolera.

O amor nunca acabará.

As profecias terão fim;
as línguas cessarão;
a ciência terminará.

Pois nosso conhecimento é imperfeito
e assim também a profecia.

Mas quando chegar a consumação,
desaparecerá o imperfeito.

No presente
vemos por um espelho e obscuramente;
então,
veremos face a face.

No presente conheço só em parte;
então conhecerei como sou conhecido.

No presente permanecem estes tres:
fé, esperança e o amor,
porém,
o mais excelente é o amor.


Corintos

sábado, 26 de novembro de 2011

Canção do Advento (Antroposofia)


Na primeira semana, cante somente as estrofes azuis

Na segunda semana, repita as estrofes azuis e acrescente a estrofe verde

Na terceira semana, repita as estrofes azuis e estrofe verde e acrescente as estrofes amarelas, e na quarta semana, da mesma forma, acrescente as estrofes vermelhas

No dia de Natal, cante a música inteira incluindo a última estrofe lilás, que anuncia o nascimento de Jesus.

Advento, Advento
Uma luz reluz,
Uma após outra
Esperando Jesus.

Advento, Advento
O sino a tocar,
Quanta alegria, quem
Vai chegar?

Advento, Advento
Plantas e flores
Mostram beleza
Em suas cores.

Advento, Advento
Os bichos souberam
Alguém contou
E eles esperam.

Advento, Advento
É o galo a cantar
No monte mais alto
A anunciar!

Advento, Advento
Pastores oram,
Pois sabem também
Que alguém já vem.

Advento, Advento
Tudo é fervor,
Até as estrelas
Brilham em louvor.

Advento, Advento
Uma paz no ar
Todos que esperam
Se põem a cantar.

Advento, Advento
Uma luz reluz
Uma após outra
E nasce Jesus!

Advento: O arco-íris nas nuvens (Antroposofia)



Na época do advento é comum as nuvens se juntarem e aos poucos cobrirem o azul do céu. O vento fica mais forte, e depois que se torna uma verdadeira tempestade também vem à chuva. Mas sempre ainda existe a possibilidade da luz do sol aparecer. E quando nós, humanos, contemplamos o resultado do jogo da luz com a chuva, então vemos um arco-íris, o arco-íris que nos fala da força atuante da luz, mesmo quando há nuvens escuras. Na Antiguidade via-se o arco-íris sempre como uma dádiva dos deuses que suscitava esperança. Um arco-íris era, para os que avistavam, um bom presságio para o futuro.

Que a época em que vivemos pode ser considerada como tempestuosa, de há muito se tornou lugar-comum. A tempestade é, efetivamente, a imagem mais acertada para os acontecimentos histórico-universais do nosso século. Uma ventania que quer por tudo em movimento, ruge através dos destinos de homens e povos. Em toda parte acumulam-se nuvens, e na escuridão os homens têm dificuldades para ver e para entender o que se passa no mundo.

Tudo isso, no entanto, são sinais espirituais, sinais pelos quais podemos reconhecer a aproximação do reino de Deus e as mudanças que por isso acontecem no mundo. A volta de Cristo em nosso tempo acontece das nuvens espirituais, tal como a chuva vem do céu quando a terra dela necessita. E ninguém pode escapar da tempestade que acompanha essa chuva.

Mas para cada um, fica aberta a oportunidade de entender essa tempestade. Nós devemos os ser colocados em movimento, a fim de pensar, a fim de compreender. A tempestade que atua no destino de cada um, a chuva que atinge cada vida humana, falam da atuação do Cristo, da qual podemos assim nos conscientizar. É uma revelação do Logos universal, uma manifestação da palavra universal. A palavra universal, o Logos, aliás, se manifesta no íntimo do homem. Pois a palavra “Lógica” vem da palavra “Logos”. Na lógica humana, ou seja, em nosso puro pensar age sempre algo divino, o Logos de Deus. 

E para entender nosso destino por meio do empenho pensante, trazemos a luz do nosso pensamento para dentro da nossa consciência. Através desse empenho podemos iluminar os tempestuosos acontecimentos do nosso tempo com a luz da nossa faculdade de pensar. 

Então, em nossa consciência se encontram, vinda do exterior, a chuva da volta de cristo, e do interior, a luz do nosso pensamento. Com esse intercâmbio pode surgir em nós um arco de cores. Então vivenciamos um arco-íris de ordem mais elevada, um arco cujas cores luminosas nos dão força para estarmos á altura da nossa época. 

Do violeta recebemos a força para a devoção. 

No índigo achamos forças para sermos dignos das nossas verdadeiras tarefas. 

O azul nos proporciona a tranquilidade que em nosso tempo é indispensável. 

O verde nos ajuda a tornar-nos equilibrados. 

Amarelo e laranja querem derramar luz e calor em um mundo ameaçado pela frieza. 

Mas o vermelho nos dá o entusiasmo e a coragem para defrontar nosso destino e o destino do mundo, aceitá-los positivamente e transformá-los.

James H. Hindes

Verso: Advento (Antroposofia)

Trabalho em lã de carneiro, de Gisele Ogera,
Paineira Escola Waldorf, Juiz de Fora (MG) Brasil


"O mundo fala com os mundos
Nas profundezas do tempo...
E no coração ouvinte dos homens
Deus pronuncia
A PALAVRA da criação novamente."

Dr. Helmut Hessenbruch
(Adaptação de Martha M. Walzberg)

Versos para a Época do Advento


Maria transpõe montanhas
Levado o filho de Deus.

Os anões lhe mostram frestas
Onde estão ocultos os cristais.

Maria visitou no jardim
A macieira antiga
Que milhares de anos esperou
Para lhe dar os seus frutos.

Maria visita as abelhas
Que sonham com o filho de Deus
E gostariam de servi-lo:
“Leva nossa cera e faze velas.”

Maria ouve os corações humanos
Chamando Jesus para a Terra.

Ela traz maçãs, cristais, e velas
Para festejar o advento.

Aria Cantilena nº1 das Bachianas Brasileiras nº5 / Jorge Aragão